Venerável Irmã Maria Plautilla Cavallo

Venerável Irmã Maria Plautilla Cavallo

Suor Maria Plautilla Cavallo, nascida como Lucia Cavallo, foi uma mulher simples do campo que, desde muito jovem, demonstrou sensibilidade para as coisas de Deus. Desde criança, frequentava a igreja com fervor, rezava com amor e cuidava da casa e dos irmãos com maturidade além da idade. Ainda adolescente, após a morte da mãe, assumiu o papel de responsável pelo lar, sendo reconhecida pela sua dedicação: “não era uma serva, mas uma mãe de família”, diziam os que a conheciam. Sua vocação religiosa foi crescendo em meio às dificuldades, até encontrar, em 1933, o caminho da consagração junto às Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, fundadas por São Luís Orione. Ao entrar na Congregação, seu desejo era claro: “Fazer-me santa a qualquer custo”. E assim viveu, com espírito de sacrifício e amor incondicional. Foi destinada ao Piccolo Cottolengo de Gênova, onde permaneceu até a morte. Lá, cuidava com carinho das doentes físicas e psíquicas, sempre com um sorriso nos lábios e a oração no coração. Sua caridade prática era tão intensa e inspiradora que muitos a comparavam ao próprio Don Orione, dizendo que ela era “Don Orione em hábito de freira”. Sua espiritualidade era marcada pela humildade e entrega, e ela mesma desejava tornar-se “lampada viva” — uma oferenda permanente a Deus em favor da comunidade religiosa. Sua vida foi selada pelo que se pode chamar de martírio da caridade. Mesmo doente, com o coração debilitado e sofrendo de poliartrite reumática, insistia em servir. Um gesto heroico marcou sua última fase: salvou uma paciente mental que ameaçava cair da janela, o que lhe custou um colapso grave e a impossibilidade de continuar em atividade. Ainda assim, oferecia sua enfermidade com generosidade. Em seu leito de dor, tornou-se referência de fé para religiosas, médicos, pacientes e visitantes que buscavam consolo em sua presença. Suor Plautilla faleceu santamente em 5 de outubro de 1947, cercada pelas consagradas, crianças e doentes do Piccolo Cottolengo. Sua vida é testemunho daquilo que Don Orione chamava de “espiritualidade do trapo”: humildade extrema, amor escondido, serviço silencioso e heroico. Em 1986 foi iniciado seu processo de canonização, reconhecendo a heroica vivência das virtudes cristãs. Sua história continua a inspirar religiosas e leigos a viver a caridade com radicalidade e doação total.